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Há desistências que nos salvam
Muitas pessoas têm certa resistência em abrir mão de sonhos, planos ou amores.
Vivemos imaginando, lembrando dos bons momentos e nos martirizando sobre como aquilo poderia ter sido se nós não tivéssemos desistido.
Quando pensamos dessa forma, nos esquecemos de tudo aquilo que veio de bom após a nossa desistência de algo.
O que escrevo aqui se vê em relacionamentos amorosos, em planos que não dão certo e até mesmo em sonhos que ainda não são possíveis de serem realizados, mas contextualizo aqui especialmente no campo amoroso.
Na psicoterapia, é perceptível, especialmente nas mulheres, a falta de coragem de desistir de algo ou de alguém que simplesmente já não lhes faz bem. Desistir exige coragem, afinal, falar em desistências, é dizer para nós mesmos e a quem amamos: “Chega! Eu não dou conta! Eu cansei!”. É dizer em alto e bom som: “Eu não te quero mais” – e bancar com a dor que quase sempre vem depois.
Desistir é ter que bancar, no mínimo, com a própria solidão. E quem gosta de lidar com a solidão? Ninguém.
Há grandes mulheres presas a relacionamentos falidos por uma única falta: a falta de coragem. Coragem de bancar com a própria solidão e com a falta de (re)significação para suas possíveis desistências.
Estas são mulheres que merecem o melhor da vida e do amor, mas alguém fez com que se esquecessem disso em algum momento dos seus contos de vida.
Grandes mulheres, com o passar do tempo, podem se esquecer que desistir não é feio.
É lindo, afinal, é uma maneira de demonstrar amor a si mesmo e reconsiderar o direito de voltar a ser feliz. E é justamente neste ponto que as desistências podem nos salvar.
É muito provável que ninguém tenha nos ensinado a aprender a desistir e a (re)significar o sentido de uma desistência. Mesmo assim, é importante darmos um jeito de aprender. Em algum momento de nossas vidas, desistir exigirá de nós mais coragem do que seguir em frente, será o mesmo que parar de tentar.
A diferença é que, com esse aprendizado, saberemos que parar de tentar pode ser finalmente o começo de um novo capítulo em nosso conto de vida.
Para você que leu este texto até aqui, não se esqueça: você desistiu a tempo, para salvar a si mesma.
Permita-se desistir, permita-se recomeçar, permita-se se salvar!
Por: Talita Rodrigues
Aleteia